Uma chamada perdida e o que ficou por dizer...
Nestes dias em que ando tão fechada em mim mesma, com a necessidade extrema de um bálsamo que me acalme, que me tire por momentos da vida que me sufoca, penso em ti... Não com a louca paixão que por norma me levita ao mundo de fantasia que tão habilmente criei, mas como se pedisse clemência, como se fosses a cura para uma dor emocional dilacerante que me consome o espírito e toda a força que me resta... Aninhada em mim mesma tento fugir do mundo que tanto me obriga a dar, sem se preocupar se me sinto cansada, exausta... Do meio do nada, lembrei-me de um pequeno pedaço de um dos mails que me enviaste “ Tenho o portátil à frente e escrevo-te rodeado de livros, no sítio da casa onde muitas vezes me consigo evadir, sobretudo pela leitura que para mim é um imenso bálsamo.” E assim senti onde podia buscar um pouco de paz para o meu espírito. Agarrei no livro que me ofereceste, que tenho na mesa-de-cabeceira, que me diz boas noites sempre que me deito sem nunca o ter desfolhado... Já o deveria ter lido há mais tempo, porque foste tu que me o deste, porque me educas, porque me civilizas quando me esqueço o que é o mundo exterior a este pequeno mundo que vivo, mas passaram-se os dias, os meses, e o livro mantinha a virgindade típica de um livro de estante bem conservado, sem o prazer de ser lido. E se mereceu desfolha-lo! Por 3 dias a minha dor acalmou perdida por essa Terra Bendita que me ofereceste, deixei-me levar pela simplicidade de algumas passagens, derramei algumas lágrimas não da minha dor, mas do prazer de entrar na história que lia e me cativava, da vida descrita que os meus olhos devoravam... Eram 4:30 da manhã quando o acabei, satisfeita, orgulhosa de mim, sorridente por me teres dado um livro tão certeiro, que me arrebatou desde o primeiro até ao último capítulo... Ainda não me sinto em condições, embora uma chamada perdida dê sinais de melhorias, ou talvez tenha sido uma tentativa tímida para te dizer, que mais uma vez, embora ausente, amparaste-me na minha fraqueza, mitigando esta dor emocional e como não te o pude dizer, escrevo-o...
1 Comments:
O que dizer deste teu post? Que cada vez escreves melhor! Ainda bem que gostaste do livro e ainda bem que, apesar de tudo, tenho esse bom efeito em ti.
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