A chuva encarrega-se de me trazer saudades tuas... Ouço a chuva na janela e lembro-me de quando estava fechada no carro, contigo, a embaciar os vidros. Ora falávamos ora namoriscávamos como dois adolescentes que não têm para onde ir e se acomodam no carro como se o mundo fosse só aquele pequeno habitáculo, e ADOREI...
E alimento-me destas recordações como para viver um dia melhor, todas elas cravadas em mim, todas elas me arrancam sorriso dos lábios, por pensar, eu fiz mesmo isto... E relembro-me o quão fantástico e único és. Já sabes que acredito no destino, estava destinado a cruzar-me contigo nesta fase das nossas vidas. A minha função não sei, a tua foi clara como água quando te conheci e quando me fui relacionando contigo. Trouxeste toda uma tranquilidade e paz ao meu espirito e fizeste-me descobrir todo um mundo de sensações, como se o que tivesse vivido até então fosse uma fraude e foi nesta relação que carinhosamente apelidaste desiquilibrada que eu amadureci, que arranjei o meu ponto de equilíbrio, que encontrei o significado para tantas dúvidas que me perseguiam... E gosto de te ouvir dizer que me dás pouco, que merecia mais, esse teu jeito de me fazeres sentir a perola rara. Terás uma pequena noção da felicidade que trazes à minha vida? Do conforto? Do aconchego? Do quanto me fortaleces?
Apetecia-me fazer amor contigo, apetecia-me sentir o calor do teu corpo e o teu perfume, apetecia-me beijar-te, deixar-me estar a saborear-te, a deliciar-me com todos os meus sentidos envoltos em ti...
Saudades tuas e a chuva que não pára e me transporta para um qualquer lugar, dentro do carro contigo, onde possas ver o meu olhar apaixonado que em tempo pagavas para ver...